"O criador é aquele que faz avançar a história da moda" - Didier Grumbach

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Anos 60 – Retrospectiva

Sixties


Nos anos 60 a mídia reina sobre a produção em massa dos produtos lançados e determina o gosto de roupas de duração, cada vez mais efêmeras.

Juliette Greco – era a imagem do existecialismo, grande intérprete da canção francesa, símbolo dessa geração.

A sociedade permissiva acena com a pílula anticoncepcional, dando um golpe no enraizadomoralismo vitoriano.

Concluída a Guerra da Coréia, se descortina a era fatal para Kennedy. Jacqueline eleva a Casa Branca a um primeiro plano na cena mundial e impõe um novo estilo: o seu.

Em 1960 o principal ponto de venda era a boutique.

Em 1961, um jovem bando “rival” de dançarinos da Broadway conta a sua história no musical “West Side History”.

Yury Gagarin é o primeiro homem a participar de um vôo espacial.

Em 1963 surgem os Mods e os Rockers, grupos rebeldes de uma agressividade latente com seus visuais opostos.

Era uma época de muita incerteza, quase de terror, tendo o escapismo como tema dominante.

Essa atmosfera de ruptura também ficou evidente nas artes: uma nova energia e inspiração produziram a arte pop; filmes; peças revolucionárias e sua crítica social mordaz, novos escritores, e um novo estilo literário.

Os tecidos se inspiram entre 60 e 67 na Op Art – Art Optique

Optical art


Em 1963 – Morrem Edith Piaf, Marylin Monroe e John Kennedy.

Em 1964 – Deslancha o conjunto “Rolling Stones”

Nina Ricci, Lanvin e Yves Saint-Laurent abriram boutiques de Prêt-a-Porter para expandir suas grifes. Eles são artesãos de uma certa democratização da moda, até aí considerada como um luxo. Uma moda através da qual as referências culturais serão os elementos geradores de evoluçõesrevoluções.

Os modelos mudavam tão depressa que os fabricantes tinham dificuldades para renovar os estoques com a rapidez necessária.

As mudanças eram consequência de uma incerteza geral quanto ao futuro e de um desejo de ser rebelde.

O vestido de Mondrian, de YSL, a transposição da Op-Art, de Pierre Cardin, os cortes nstruídos arqui-estruturados de Courréges, nos quais os materiais contemporâneos (plásticos, papel ou metal) são simplesmente expressão de uma moda de sínteses. Síntese entre a pintura, a arquitetura e o desenho. Síntese entre linha e cor.

Em 1966 a Rússia lança Valentina no espaço. O interesse crescente pela aventura no espaço se reflete na criação desses costureiros.


Looks Pierre Cardin


Pierre Cardin apostou na imagem de uma mulher quase lunar dentro de uma silhueta justa e geométrica.

Courréges aderiu às roupas da era espacial, brancas, em quadrados e botas de pelica de cano alto.

Paco Rabanne criou roupas de argola de metal e plásticos.

As roupas estabeleceram uma nova tendência: duras e geométricas, eram eróticas, quando desnudavam o corpo. A minissaia de Mary quant era sucesso mundial. Ela abriu caminhos para arbara Hulanicki e Zandra Rhodes.

Nos anos 60 os estilistas concordaram sobre Audrey Hepburn: “Ela era a última diva a vestir.

A fantasia dos coloridos tecidos das roupas masculinas desta década, é um fenômeno único durante o século 20.

Andy warhol, o famoso astro pop americano adere ás roupas de Courréges.

Os refrões alucinantes de Bob Dylan atravessam o Atlântico e com ele o movimento Hippie. Os hippies formam um grupo totalmente diferente nos anos 60. Independentes eles rejeitam a comercialização cultural e simpatizam com os movimentos de pacificação. Usam roupas étnicas, mantôs afegãos, kaftans indianos, bandô na testa, colares de contas e cobremo corpo de flores e motivos psicodélicos.


Hippies


Sopram ventos rebeldes da Bolívia, Ernesto Che Guevara vira protagonista da Revolução cubana, ídolo e modelo para os estudantes.

Da Sorbonne, Jean Paul Sartre apóia a Revolução Estudantil e a rua passa a ser o palco das reivindicações. É maio de 1968..

O astronauta Neil Armstrong é o primeiro homem a pisar na lua.

A moda mini, maxi, midi, hippie e espacial coabitam de modo pacífico, até o início dos anos 70.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Hubert de Givenchy

Hubert de Givenchy

"Para os que se preocupam com qualidade, o prestígio é a coisa mais importante. Acredito sempre na alta-costura e desejo que ela dure até o fim da minha carreira. Sempre a defendi, com a perfeição que ela implica. Não há duas maneiras de se exercer a profissão. Sucesso não é prestígio. O sucesso é passageiro, o prestígio é outro assunto. Ele persiste depois da gente. É preciso trabalhar para não ter trabalhado em vão."

Givenchy


A extrema elegância sempre foi a principal marca das criações clássicas de Hubert de Givenchy, um francês reconhecido mundialmente por seu trabalho coerente e requintado.

Ao contrário do que sua família desejava, Givenchy não se tornou advogado, tendo cursado a Escola de Belas Artes, em Paris. Chegou a trabalhar com nomes importantes da costura parisiense, como Jacques Fath, Robert Piguet e Lucien Lelong. Trabalhou também com Christian Dior e Elsa Schiaparelli, antes de abrir sua própria maison , em 1952, no número 8 da rua Alfred de Vigny, na Monceau Plain, em Paris. Nesse mesmo ano, apresentou sua primeira coleção de alta-costura, que ficou marcada pela blusa de babados nas mangas, batizada de Bettina, nome da sua principal modelo e também relações públicas da marca. Durante os anos 50, ele criou vários modelos "chemisier", na forma saco, largos na parte superior e afunilando-se em direção à bainha. Também fez muito sucesso com os separáveis - peças que podem ser combinadas entre si -, e com as suas famosas blusas de tecidos de camisas. Foi o primeiro designer de alta-costura a apresentar uma coleção feminina de prêt-à-porter, intitulada "Givenchy Université", em 1954.


Blusa Betina


A atriz Audrey Hepburn (1929-93) traduzia o ideal de elegância e glamour que Givenchy queria para suas roupas. Era a mulher perfeita para vestir suas criações, sempre impecavelmente bem proporcionadas.


"Eu trabalho mais sobre modelos vivos que com manequins de madeira. Os manequins vivos são fonte de inspiração. Audrey Hepburn encarnou, para mim, um ideal feminino, por suas proporções e também por sua imagem."


Em 1973, entrou para o mundo da moda masculina, com o lançamento da linha Gentleman Givenchy . Em 1981 , a Maison Givenchy foi vendida, sendo que a linha de perfumes ficou com a Veuve Clicquot , e a parte de alta-costura foi para o Grupo Louis Vuitton Moët Hennessy . Atualmente, a Louis Vuitton também é proprietária da linha de perfumes fabricados pela Givenchy.

Givenchy despediu-se das passarelas em 1995 , com um desfile para o qual foram convidados apenas amigos pessoais, estilistas e principais clientes. A marca Givenchy continua a existir. Algumas das principais modelos da marca são Liv Tyler e Paula Enderle, famosas pelos comerciais da "grife".

Um ano depois, em outubro de 1996, o também britânico Alexander McQueen foi escolhido como seu sucessor. Sua primeira coleção para a Givenchy foi apresentada em janeiro de 1997 e, em 1998, ganhou o prêmio de melhor designer do International Fashion Group . Após algumas especulações sobre quem se tornaria o principal nome da marca, no lugar de McQueen, Julien Macdonald foi nomeado diretor artístico da casa em março de 2001.


Modelo Givenchy

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Filme Bonequinha de Luxo



Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany's), é um filme norte-americano de 1961 , do gênero drama , dirigido por Blake Edwards e com roteiro baseado em livro de Truman Capote.

O clássico se passa na cidade de Nova Iorque e tem cenas filmadas na famosa loja de jóias Tiffany . Apresenta Audrey Hepburn cantando Moon River , canção que faz parte da trilha sonora composta por Henry Mancini.

"Holly Golightly (Audrey Hepburn) é uma garota de programa nova-iorquina que está decidida a casar-se com um milionário. Perdida entre a inocência, ambição e futilidade, ela toma seus cafés da manhã em frente à famosa joalheria Tiffany`s, na intenção de fugir dos problemas. Seus planos mudam quando conhece Paul Varjak (George Peppard), um jovem escritor bancado pela amante que se torna seu vizinho, com quem se envolve. Apesar do interesse em Paul, Holly reluta em se entregar a um amor que contraria seus objetivos de tornar-se rica".

Bonequinha de Luxo é um filme que se torna um clássico por registrar uma época em que os produtores queriam quebrar a censura hollydiana, e o medo deles de chocar uma sociedade tão conservadora.

É interessante analisar, como naqueles tempos era "errado" uma mulher ser solteira e desempedida. Por isso, Audrey Hepburn ficou temerosa em aceitar o papel; ela teve que mudar a si mesma, para mudar a postura das mulheres daquela geração.

Mais o diretor Blake Edwards tinha Audrey, o músico Henry Mancini, e a figurinista Edith Head, e permitiu que eles brilhassem. É incrivel como os produtores e roteirista, modificaram o livro de Truman Capote, para não "chocar" o público. as cenas de sexo, até as falas que dizem que Holly (Audrey) é uma garota de programa de homens ricos, são TODAS insinuadas, nada explicito.

Hubert de Givenchy, criou o guarda-roupa , que vestiu Hepburn, para o filme e se tornou exemplo de sofisticação clássica, com seus vestidos pretos e formas limpas.

Audrey Hepburn, em "Bonequinha de Luxo", de 1961

O pretinho básico

Audrey Hepburn em pretinho básico, de Givenchy



Um vestido preto sugere sofisticação, poder e sensualidade. Um verdadeiro curinga no armário das mulheres, ele é tão básico que combina com praticamente tudo, o que lhe permite ser usado durante o dia com tênis, mochila e acessórios coloridos, ou à noite, numa produção mais elaborada.

O surgimento do que hoje chamamos de "pretinho básico" data de 1926, ano em que a revista "Vogue" publicou uma ilustração do vestido criado por Chanel - o primeiro entre vários que a estilista iria criar ao longo de sua carreira.

Antes dos anos 20, as jovens não podiam usar preto e as senhoras o vestiam apenas no período de luto.

A década de 30 começou com a grande depressão, resultado da quebra da Bolsa de Valores de Nova York, e terminou com a 2a Grande Guerra. Além de estar fora de moda a ostentação, as mulheres estavam saindo para trabalhar fora de casa. Nesse cenário, as roupas para o dia tornaram-se mais sérias e o vestido preto se mostrou perfeito para a nova mulher que surgia.

Apenas em 1947 o vestido preto se transformou, ano em que o estilista francês Christian Dior lançou o seu New Look , um novo estilo de roupas, com cinturas apertadas e quadris avantajados, valorizando as formas femininas. O uniforme dos anos 50, que se espalhou pelo mundo, era um vestido preto, com golas e luvas brancas, usado com um colar de pérolas, sapatos coloridos e uma estola de pele. Acabou assim, junto com a guerra, o modo simples e econômico de se vestir.

O pretinho tornou-se realmente famoso nos anos 60 e início dos 70. Chique, usado por Jacqueline Kennedy, elegante e feminino no corpo de Audrey Hepburn, no filme "Bonequinha de Luxo", de 1961, cujo figurino foi criado pelo estilista francês Hubert Givenchy, e descontraído, feito de crochê, na pele da atriz Jane Birkin, em 1969.

Após a moda psicodélica da década de 70, a cor voltou para disputar poder com os homens, nos anos 80. Preocupadas com o sucesso profissional, as mulheres precisavam de uma roupa simples e elegante, que fosse a todos os lugares. Mais uma vez, o vestido preto se tornou a melhor opção.

Nos anos 90 ele continuou sendo uma peça básica do guarda-roupa feminino, feito com os mais diversos tecidos, do modelo mais simples ao mais sofisticado, usado em todas as ocasiões e em todos os horários. Por tudo isso o vestido preto se tornou o grande clássico do guarda-roupa feminino, aquele que garante as duas características básicas ao mesmo tempo - simplicidade e elegância.