"O criador é aquele que faz avançar a história da moda" - Didier Grumbach

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segunda-feira, 9 de junho de 2008

A Belle Époque - 1890 a 1914


Principais características da Belle Époque:


  • Influência do Art Noveau, das formas curvilíneas


  • Cinturas extremamente afuniladas (cerca de 40 cm de circunferência) - Ampulheta




  • Golas altas e decotes fechados







  • Saias sem anquinhas, porém volumosas, muito ajustadas e em formato de sino





  • Chápeus com flores sobre coques






  • Botas de cano curto




  • Prática de esportes - Hipismo e Tênis



  • Banhos de mar com malhas de lã, meias, sapatos e capa



  • Alta-Costura em evidência com novos nomes: Jacques Doucet, John Redfern e Paul Poiret



Worth - Pai da Alta-Costura


Charles Frederick Worth (1825- 1895) é considerado o primeiro grande criador de moda.



Associada à sua imagem está o conceito de Alta-Costura. É o costureiro alçando vôos maiores, se permitindo exercitar sua capacidade criadora e vendo suas roupas despertarem o desejo de várias consumidoras.



Os vestidos de Worth iriam estar nas toilletes das mais prestigiadas senhoras da Europa, fazendo com que logo se tornasse uma das mais prestigiadas casas de alta-costura da França.



Um dos grandes méritos de Worth foi associar as evoluções tecnológicas, advindas da Revolução Industrial, à produção de vestidos de luxo em série, com um sistema de produção extremamente dinâmico para a época.

Chegava a produzir em média de 6.000 a 7.000 vestidos ao ano, para a Europa e Estados Unidos.


Em sua primeira Maison, em sociedade com Otto Bobergh, chegou a ter quase 1.200 funcionários, estabeleceu o conceito de produção fabril e o de algumas profissões como a de modelista.



A ele também está ligada a origem dos desfiles de moda, pois em 1858 reuniu suas clientes mais importantes para apresentar uma nova coleção de vestidos.


Suas roupas também já traziam a idéia de marca registrada, vindo com a etiqueta da maison.




Espartilhos

No período vitoriano o uso dos espartilhos é incentivado.




A silhueta perfeita é conseguida ajustando-o cada vez mais ao corpo.




Tal excesso com esta peça chegava a produzir deformações na estrutura corporal, atrofiando costelas e provocando sérios problemas de postura.





O espartilho também traz consigo um apelo fortemente fetichista e após sua extinção, em meados da década de 20, é revisitado a partir dos anos 80, por vários estilistas, como Thierry Mugler e Vivienne Westwood.



A Era Vitoriana (1837 - 1860)


Após um período em que a imagem é suavizada e simplificada, temos novamente na história uma época de excessos e grandes volumes. É o período Vitoriano, que tem este nome em função da rainha Vitória, monarca da Inglaterra neste período.




O ideal feminino que passa a ser seguido é:


  • A crinolina, com muitas anáguas, gerando vestidos extremamente volumosos;

  • O espartilho, evoluído do corset, agora mais ajustado à cintura, chegando inclusive a deformá-la;

  • As mangas extremamente justas e compridas, enfatizando os ombros caídos;

  • Cabelos cacheados;

  • Xales e chapéu grandes decorados eram os acessórios preferidos;

  • Maquiagem pálida com boca e olhos extremamente marcados;





À mulher vitoriana foi dada a condição de ser frágil, puro, tímida, inocente e sensível. Qualquer característica que fosse de encontro a essas características era considerado vulgar. Por isso as roupas eram criadas para evidenciar esse perfil.



A influência da rainha Vitória foi marcante. Ela foi a referência durante todo seu reinado, até mesmo em seu período de luto, após a morte de seu esposo, o príncipe Albert.



O vestuário masculino tornava-se cada vez mais sóbrio:

  • Traje de alfaiataria clássica (fraque, casaca, colete e calça);
  • Sapatos bicolores;
  • A cartola;
  • Barba grande e bigode ;
  • Bengala, guarda-chuva e lenço;



Somente no final do período vitoriano é que vamos ter uma diminuição do volume dos vestidos, que passam a ser mais retos na frente e mais volumosos atrás, com o uso das famosas anquinhas.



Século XIX - Romantismo (1820-1840)

O período romântico no século XIX irá definir uma transformação gradual no visual anterior, a moda império.





O Romantismo estrapolava as concepções racionalistas do Iluminismo e exaltava a criatidade e a emotividade.








Há a volta da influência francesa para os trajes femininos, enquanto que os ingleses continuam definindo as regras para o masculino.



De modo geral a roupa feminina ganha as seguintes variações:

  • Silhueta fluida, porém mais ornamentada;
  • Formato cônico, com uso de anáguas;
  • Diminuição do comprimento dos vestidos;
  • Mangas bufantes, que iniciam-se curtas e aumentam de volume depois (manga pernil);
  • Penteados anelados;
  • Maquiagem discreta, quase natural, com rosáceas nas maçãs do rosto;
  • Joiás como complemento dos decotes, sempre rebaixados e com obros caídos;
  • Cintura volta para seu lugar, com uso do corpete;
  • Chápeu boneca;
  • Leques;
  • Sapatos de salto baixo e ponta arredondada;




A referência masculina da época é o dandismo, um estilo que será fundamental para a compreensão do homem contemporâneo, criado por George Brummell.




O Dandy era de certa forma:


  • Austero e imponente, educado e sofisticado;
  • Roupas extremamente justas faziam parte do seu look: calça, camisa e colete;
  • Golas altas e engomadas, preenchidas com o plastron;
  • A cartola;
  • A barba;


Algumas sátiras da época tentam representar o estilo de vida de homens e mulheres, além de enfatizarem os excessos e exageros cometidos por alguns, visto que no dandismo por exemplo, muito de sua essência original foi desvirtuada.



Era como se à mulher tivesse sido dada uma aparência frágil e essencialmente infantil.


O Dandismo de Brummel é muito importante para a moda, pois institui o conceito de "ter estilo". Independe de aspectos relacionados à nobreza ou à status familiar e vai ao encontro do apuro estético na escolha do que vestir e de como se portar.