"O criador é aquele que faz avançar a história da moda" - Didier Grumbach

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domingo, 25 de novembro de 2012

Diva Urbana





"Revelar tanto de seu  temperamento confuso nesses formatos de música consagrados foi um desafio extraordinário. Por sorte, Amy Winehouse tem a produção, a voz e a força de caráter para levar isso tudo a cabo".

Esta citação, do crítico Chris Elwell-Sutton sintetiza bem o que significou a influência da cantora Amy Winehouse para o mundo contemporâneo.
Seus méritos artísticos são inquestionáveis e unanimidade no mundo inteiro, não só pela sua extraordinária potência vocal, mas também pela sua atitude irreverente e polêmica. Amy conseguiu a façanha de revisitar estilos musicais clássicos, como o Soul e o Jazz, dando-lhes uma nova roupagem, através das canções que falavam de suas frustrações amorosas.

Na década de 1960, Audrey Hepburn, no icônico filme “Bonequinha de Luxo”,  em que interpretava uma prostituta, causou polêmica e   foi eleita a última diva de seu  tempo. Esse adjetivo foi muito recorrente no século XX, para eleger as  mulheres que encantavam as massas, tanto pelo seu talento como por sua sensualidade. Audrey pode ter escandalizado a sociedade porque trazia à tona um tema delicado, mas soube, com seu charme, elegância e atitude, ainda em uma sociedade que caminhava para o liberalismo feminino, quebrar esse tabu, alcançando a simpatia de todos.

Neste sentido é interessante uma comparação entre Audrey e Amy. A segunda, inserida em um contexto contemporâneo, e em uma sociedade deliberada, e que já parecia ter visto de tudo. Mas Amy emplacou em um momento onde o mix de referências e releituras era moda, ou melhor dizendo, um "supermercado de estilos", expressão cunhada na década de 90 pelo antropólogo Ted Polhemus.

Amy é considerada por muitos como uma "diva urbana", pois encarna perfeitamente os padrões que definem o sujeito pós moderno. A a apropriação e a nostalgia foram perceptíveis em sua imagem, que  ficou  caracterizada por um penteado inspirado pela moda dos anos 1960 e sua maquiagem, que lembrava, ao mesmo tempo, o visual de cantores de rock e de uma mulher sedutora, com olhos negros, marcados e repuxados no canto, o que também remete a uma atitude de pastiche  ou paródia. Ela parecia, muitas vezes  representar ou, devido à sua personalidade instável, ter múltiplas facetas, momentos em que conseguiu chamar a atenção da imprensa para sua luta, em superar o vicio do álcool e das drogas. Incompreendida, foi julgada sempre por uma conduta "fake" ou de simulacro, fosse pelas insinuações de Plágio, em algumas de suas músicas, ou pelo  seu estilo de vida desenfreado, abundantemente irresponsável e “junkie”, que determinariam seu trágico fim.

"Eu trapaceei comigo mesma, como eu sabia que faria. Eu  te disse sou encrenca, você sabe que não sou boa coisa."

Amy Winehouse, em trecho da música "You  know I".




sexta-feira, 13 de julho de 2012

A Costura do Invisível


"Uma coleção de papel, um simples rasgo, um conto de fadas playmobil, que se tornou um ícone da moda"

Em 2004, durante a São Paulo Fashion Week, o estilista Jum Nakao apresentou o último desfile de sua carreira. A apresentação foi mais que um desfile, foi a construção de um paradigma, e a prova disso foi o desenvolvimento do livro e do documentário,que continuam reverberando o desfile e o trabalho de Jum Nakao como um todo.

"O que você faria se você não tivesse que se preocupar com nada? É preciso iniciar, renovar... É necessário fugir das coisas obvias. Sem o espectador a obra não existe"

(Jum Nakao)


O desfile é de uma leveza peculiar, e transmite exatamente o que Nakao fala: "O efêmero também pode permanecer".

Decidindo por uma coleção feita de papel, o objetivo mais importante da exposição foi o detalhamento nas roupas que as faria delicadas, causaria como diz o estilista um "deslumbramento" nas pessoas que as vissem.

Baseadas no final do século XIX as roupas são intensas na elaboração da forma, do trabalho e do processamento. Os papéis foram todos cortados à laser, utilizando sempre o papel vegetal para um efeito do "quase invisível". O propósito era tornar as roupas o mais impecáveis possível para que só fosse percebido de que material eram feitas na hora em que fossem retiradas.


As perucas Playmobil foram escolhidas para ser a peça constante do desfile. Um boneco Playmobil pode ser qualquer personagem e terá o mesmo cabelo. O objetivo era que as pessoas se identificassem com um elemento familiar e que pudessem se projetar na coleção, nas roupas, e se prender à um conceito ao invés de uma identidade de uma modelo em singular.

Houve uma decisão de organizar o show seguindo o mesmo padrão dos desfiles convencionais no andar da passarela, para dar a impressão de ser apenas mais um desfile feito de papel, porém no instante em que as modelos surgem para os agradecimentos há a quebra das regras convencionais de um desfile com uma alteração das luzes e da trilha e a destruição das roupas pelas próprias modelos, tudo para um impacto maior na audiência


"Redescobrir a importância de nos surpreendermos com o mundo, estarmos atentos e sensíveis a pequenas coisas, encontrar um novo sentido como turista nas coisas banais, da importância de um instante de leveza"

(Jum Nakao)





sábado, 7 de julho de 2012

"O que os homens nunca deveriam usar - ou ter usado" por Arnaldo Jabor


O que os homens nunca deveriam usar - ou ter usado:

Na coluna passada, brinquei com o meu ponto de vista, sobre o que as mulheres não deveriam usar - pois era sofrível. Foram dezenas de e-mails concordando, mas pedindo para o colunista fazer a mesmíssima coluna, porém sobre os equívocos masculinos. Já tinha isso em mente e aí vai a minha lista para meus queridos leitores. Acho abominável que um homem envergonhe (no sentido estético) a classe masculina usando:

1) O trio mais famoso do que o do McDonalds: pochete, bermuda jeans e sandália papete. Se vier acompanhado do celular (na capinha) na cintura então. É caso para fingir que não conhece.

2) Blazer com gola rolê por dentro. É o figurino preferido de 10 em cada 10 novos cabeleireiros recém bem-sucedidos na cidade. Esse tipo acha esse conjunto o uniforme da 'elegância'. Geralmente abrem salão na cidade com os nomes de Roberto's Coiffeur, Cabral's, Antonio's e por aí vai.

3) Sapato social de 'franjinha' (aquele detalhe de penduricalho em cima). Se for curto a ponto de aparecer a meia branca por baixo, a coisa beira a piedade. Esse tipo fica ótimo num dublador de Michael Jackson cantando 'Billie Jean' no Largo da Carioca.

4) Calça de cintura alta e preguinhas...... Cuidado com os testículos! Eles não têm culpa se você se veste mal. Gerentes de churrascaria rodízio costumam adotar esse visual acompanhado de uma vistosa camisa vermelha de seda javanesa. Correntão de ouro e pulseira de ouro é melhor esquecer. Deixe para os bicheiros.

5) Perfume KOUROS (Yves Saint Laurent) ou NATURA. Num acampamento pode ser usado como repelente (pena dos seus companheiros de viagem). Um cara que usa esse perfume se torna inesquecível. O trauma nas pessoas ao redor é irreversível.

6) Essa vai doer em muito 'Maurício' mas é a minha opinião: Casaquinho de lã jogado nas costas e amarrado na frente. Esse visual geralmente vem acompanhado de um cabelo arrumado pela mamãe a ' La Roberto Justus '. Tem solução, mas tem que ser mudado ainda na infância ou no máximo adolescência. Depois fica difícil.

7) Unha suja (e sem cortar). Se você não for  mecânico  pode ter certeza que brochará sua namorada ou pretendente. Caso seja bonito, atlético e gostosão,, ela será somente um pouco mais tolerante, entretanto, irá pedir para limpá-las assim que acabar a noite de fetiche com um desleixado. Não esqueça também de aparar aqueles pelinhos horríveis que por ventura saiam do nariz ou da orelha - em nome da higiene, please!!!!

8) Base incolor na unha. Triste amigo. Só limpar e cortar já é suficiente. Cuidado se tem esse hábito, pois daqui a pouco estará pedindo 'francesinha' no salão.

9) Fazer sobrancelha. Se for tirar um fio maior, ok. Agora, se for limpar e afinar nas extremidades, é melhor tomar cuidado. Daí para usar rímel e delineador é um pulo. Não estranhe se vier uma vontade incontrolável de chamar um amigo de infância para assistir 'Brokeback Mountain' comendo pipoca light.

10) Cueca furada ou muito vistosa (vermelha, pink, salmão, cetim verde bandeira). Amigo, por favor, treine tirar a calça puxando a cueca junto. Nenhuma mulher no mundo agüenta esse choque visual. Se ela vir a sua cueca é provável que você fique na mão (literalmente) Esqueça também a sunga branca na praia. Nem precisa explicar.


sábado, 30 de junho de 2012

Óculos, para quê te quero?


A história dos óculos começa por volta de 500 a.C. com algumas referências em textos do filósofo chinês Confúcio. No entanto, como suas lentes não tinham graus, durante  séculos eles foram usados apenas como adorno, ou como forma de discriminação social, principalmente para os doentes mentais.

As primeiras lentes corretivas surgiram no século I d.C. e pedras semi-preciosas como o berilo e o cristal de rocha cortadas em camadas finas foram as primeiras lentes de aumento para perto. Mais tarde, passaram a ser usadas sobre os olhos e se transformaram na primeira forma de lentes corretivas.


Reprodução do primeiro par de óculos encontrado na Alemanha no século 13



O primeiro par de lentes, com aros grandes de ferro unidos por rebites, foi descoberto na Alemanha em 1270. Parecido com um compasso, permitia que fosse ajustado.

Ainda no mesmo século, um modelo semelhante foi criado em Florença e fez bastante sucesso. Por isso, os italianos ganharam fama como os inventores dos óculos. Porém, foram necessários mais dois ou três séculos de pesquisas para que se conseguisse um modelo seguro e confortável.

No século 15, os modelos Pince-nez e Lornhons eram os mais usados. O primeiro não tinha hastes e era ajustado apenas no nariz. Já os Lornhons vinham com uma haste lateral para ser colocado em frente aos olhos.



Pince-nez do século 16


As hastes fixas apoiadas sobre as orelhas só surgiram no século 17, mas mesmo assim os modelos sem hastes continuaram a ser usados até o início do século 20, quando então foram sendo substituídos pelos modelos Numont, com aros superiores ou inferiores finos e leves. Sua versão mais moderna é sucesso até hoje.


Modelo do século 19, banhado a ouro


O uso do plástico e seus derivados na fabricação de armações e o avanço da tecnologia para a produção de lentes melhores e mais finas, ampliaram muito as possibilidades do design de óculos em geral. Atualmente é possível encontrar uma enorme variedade de modelos em muitos materiais, tamanhos e cores. Alguns tipos curiosos como um óculos-leque de tartaruga mostram como se disfarçava a necessidade dos óculos em festas e reuniões nos séculos 18 e 19.

Óculos leque de tartaruga


A partir dos anos 30, todo o conceito na fabricação dos óculos mudou. Eles passaram a ser mais leves e elegantes. Nos 60 e 70, uma revolução aconteceu com o surgimento dos plásticos e também por influência da moda pop e irreverente da época.

Modelo original de André Courréges anos 60


Os clássicos Ray-Ban que faziam parte dos acessórios militares desde antes da Segunda Guerra e que mais tarde foram adotados por estrelas do rock, como Lou Reed e Bob Dylan, são muito usados ainda hoje.  Os modelos "gatinho" começaram a ser usados no final dos anos 40 e viraram moda nos 50.

Modelo pop dos sixties que foi capa de várias revistas da época




Modelos decorados com strass dos anos 70





Modelos Ray-Ban






Modelo gatinho



Estilo, sofisticação e glamour são fatores que podem ser encontrados nos  óculos contemporâneos. Alguns modelos retomam  clássicos da década de 60, investindo em modelagens mais arrojadas e alinhamento moderno.  Modelos maiores, com armações coloridas e bem descontraídas, cobrem boa parte do rosto e proporcionam um ar de glamour a face. As armações tradicionais nas cores marrom, preto, branco e cinza estão sendo decoradas com pedraria, um efeito estético que faz a diferença no quesito moda óculos escuros. Ponto também  para as opções que são extremamente práticas, como os novos modelos flexíveis e com lentes à prova de danos.



O modelo Butterfly - queridinho das celebridades


A revolução tecnológica e os  modelos dobráveis


Febre! O revival do modelo Ray-Ban









quinta-feira, 12 de abril de 2012

SER CHIQUE SEMPRE - GLÓRIA KALIL

Nunca o termo "chique" foi tão usado para qualificar pessoas como nos dias de hoje.

A verdade é que ninguém é chique por decreto. E algumas boas coisas da vida, infelizmente, não estão à venda. Elegância é uma delas.

Assim, para ser chique é preciso muito mais que um guarda-roupa ou closet recheado de grifes famosas e importadas. Muito mais que um belo carro Italiano.

O que faz uma pessoa chique, não é o que essa pessoa tem, mas a forma como ela se comporta perante a vida.

Chique mesmo é ser discreto.

Quem não procura chamar atenção com suas risadas muito altas, nem por seus imensos decotes e nem precisa contar vantagens, mesmo quando estas são verdadeiras.

Chique é atrair, mesmo sem querer, todos os olhares, porque se tem brilho próprio.

Chique mesmo é ser discreto, não fazer perguntas ou insinuaçõe inoportunas, nem procurar saber o que não é da sua conta.

É evitar se deixar levar pela mania nacional de jogar lixo na rua.

Chique mesmo é dar bom dia ao porteiro do seu prédio e às pessoas que estão no elevador.

É lembrar-se do aniversário dos amigos.

Chique mesmo é não se exceder jamais!

Nem na bebida, nem na comida, nem na maneira de se vestir.

Chique mesmo é olhar nos olhos do seu interlocutor.

É "desligar o radar", "o telefone", quando estiver sentado à mesa do restaurante, prestar verdadeira atenção a sua companhia.

Chique mesmo é honrar a sua palavra, ser grato a quem o ajuda, correto com quem você se relaciona e honesto nos seus negócios.

Chique mesmo é não fazer a menor questão de aparecer, ainda que você seja o homenageado da noite!

Chique do chique é não se iludir com "trocentas" plásticas do físico... quando se pretende corrigir o caráter: não há plástica que salve grosseria, incompetência, mentira, fraude, agressão, intolerância, ateísmo...falsidade.

Mas, para ser chique, chique mesmo, você tem, antes de tudo, de se lembrar sempre de o quão breve é a vida e de que, ao final e ao cabo, vamos todos terminar da mesma maneira, mortos sem levar nada material deste mundo.

Portanto, não gaste sua energia com o que não tem valor, não desperdice as pessoas interessantes com quem se encontrar e não aceite, em hipótese alguma, fazer qualquer coisa que não lhe faça bem, que não seja correta.

Lembre-se: o diabo parece chique, mas o inferno não tem qualquer glamour!

Porque, no final das contas, chique mesmo é Crer em Deus!

Investir em conhecimento pode nos tornar sábios... mas, o Amor e a Fé nos tornam humanos!


GLÓRIA KALLIL

domingo, 11 de setembro de 2011

ETNO FASHION

De onde surgem as tendências?

É uma pergunta que sempre me fazem. Elas surgem a cada nova estação e podem influenciar as pessoas ou não. Algumas chegam a durar várias temporadas, enquanto outras sequer dão o ar da graça.

Qualquer manifestação de caráter artístico está diretamente ligada a um processo de inspiração. Na moda isso acontece de forma muito interessante, pois os criadores buscam e bebem em várias fontes para se inspirar e produzir sua obra final. As opções são muitas, podem ir desde uma viagem a um lugar exótico, até uma overdose fashion, com releituras de várias épocas em um só visual.

Hoje vamos falar sobre uma maxitendência, que há muito tempo mexe com a imaginação das pessoas e vem se fazendo presente nas coleções de tantos designers pelo mundo afora: o Etno.

Os elementos étnicos se baseiam no conjunto de características marcantes, hábitos e crenças de um determinado grupo racial ou etnia. Costumes, tradições, folclore e trajes são algumas das principais representações do estilo étnico. O vestuário, através da moda, absorve estas simbologias e promove uma reinvenção desses conceitos. Estampas, padronagens, texturas, bordados e elementos artesanais, são utilizados com ênfase por novas tecnologias têxteis e resultam em modernos padrões estéticos e visuais.

O Brasil possui uma rica diversidade cultural, formada por descendentes de europeus, negros, índios e mais recentemente de imigrantes asiáticos. Essa mistura de etnias propiciou a criação de uma nova cultura, fundamentalmente marcada por contrastes. Um bom exemplo para ilustrar a tendência etno no Brasil é a influência indígena na moda. A herança cultural dessa etnia é, sem dúvida, um grande exponencial de nosso patrimônio histórico, pois além de ser nosso ponto de partida, contribuiu significativamente para a formação cultural do país. Mais da metade da população indígena do Brasil está localizada nas regiões Norte e Centro-Oeste, principal mente na área da Amazônia Legal.

A riqueza natural amazônica atrai olhares de todo o mundo, devido à sua exuberante fauna e flora. Dela se conseguem extrair muitos elementos que podem adquirir formas e utilidades diversas. Existe atualmente, um grande investimento das indústrias de cosméticos, que fabricam produtos de estética, tendo na composição frutos e vegetais, oriundos da floresta. Babaçú, andiroba, açaí, cupuaçu, dentre outros estão presentes na fórmula de cremes, shampoos e colônias, representando além de fragrâncias exóticas, uma alternativa ecologicamente correta e um modelo de sustentabilidade a ser seguido.

No passado, os índios já detinham o conhecimento sobre muitas das propriedades destes elementos. Sabiam, por exemplo, que o urucum, além de ser excelente para produzir tinta e pintar o corpo, possuía ainda substância que protegia a pele dos raios solares. Uma bela proteção natural UVA/UVB, não?

Outras influências merecem ser destacadas, como o hábito de pintar o corpo, que acabou dando origem à técnica da tatuagem, conforme a conhecemos hoje. Embora não seja exclusividade dos índios brasileiros, esse costume ainda inspira muitas pessoas. Uma sutil comparação pode também ser feita aos apetrechos usados, por algumas tribos, como os alargadores e piercings, tão comumente encontrados no streetwear de grandes cidades.

Os índios também são ótimos artesões, produzem acessórios confeccionados com plumários e penas de aves exóticas e coloridas, como os cocares, adornos e trajes, muito comuns em nossos eventos populares, como o Carnaval e o Festival de Parintins. As bijouterias com aplicação de sementes e pedras ou penachos são hits e conferem um ar de brasilidade ao visual. Também vale destacar as cestarias, feitas com a palha do buriti,que são tendência no setor moda casa e decoração.

Com tudo isso, é impossível não se render à riqueza cultural, que temos em mãos, para se inspirar e criar.

Imagens:

Suyane, desfile m-officer

Tatuagem indígena /tatoo moderna

Urucum ou outros frutos citados

Acessório indígena - brinco ou colar ou adorno de penas

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Texto: "E tudo mudou"


E tudo mudou...

O rouge virou blush,
O pó-de-arroz virou pó-compacto,
O brilho virou gloss,
O rímel virou máscara incolor;
A Lycra virou stretch,
Anabela virou plataforma;
O corpete virou porta-seios ...
Que virou sutiã ...
Que virou lib ...
Que virou silicone!

A peruca virou aplique ... interlace ... megahair ... alongamento!
A escova virou chapinha,
"Problemas de moça" viraram TPM;
Confete virou MM;

A crise de nervos virou estresse,
A chita virou viscose,
A purpurina virou gliter,
A brilhantina virou mousse ...

Os halteres viraram bomba,
A ergométrica virou spinning,
A tanga virou fio dental ...
. . . E O FIO DENTAL VIROU ANTI-SEPTICO BUCAL

Ninguém mais vê...

Ping-Pong porque virou Babaloo,
O à-la-carte porque virou self-service,

A tristeza porque agora é depressão,
O espaguete porque virou Miojo pronto,
A paquera porque virou pegação,
A gafieira porque virou dança de salão,

O que era praça virou shopping,
A areia virou ringue,
A caneta virou teclado,
O long play virou CD,

A fita de vídeo é DVD,
O CD já é MP3,
É um filho onde éramos seis,
O álbum de fotos agora é mostrado por email,

O namoro agora é virtual,
A cantada virou torpedo,
E do "não" não se tem medo,
O break virou street,

O samba, pagode
O carnaval de rua virou Sapucaí,
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado, também ...

O forró de sanfona ficou eletrônico,
Fortificante não é mais Biotônico,
Bicicleta virou Bis,
Polícia e ladrão virou counter strike,

Folhetins são novelas de TV,
Fauna e flora a desaparecer,
Lobato virou Paulo Coelho,
Caetano virou um chato,

Chico sumiu da FM e TV,
Baby se converteu,
RPM desapareceu,
Elis ressuscitou em Maria Rita?
Gal virou fênix,
Raul e Renato,
Cássia e Cazuza,
Lennon e Elvis,
Todos anjos
Agora só tocam lira...

A AIDS virou gripe,
A bala antes encontrada agora é perdida,
A violência está coisa maldita!

A maconha é calmante,
O professor é agora o facilitador,
As lições já não importam mais,
A guerra superou a paz,
E a sociedade ficou incapaz...
...De tudo.

... Inclusive de notar essas diferenças.

(Luiz Fernando Veríssimo)

sábado, 21 de maio de 2011

A estética "Camp"

Pouco se ouve falar sobre este estilo na moda. O "camp" pode ser entendido como uma atitude exibicionista, em que o principal objetivo é chamar a atenção, provocar o estranhamento e chocar. Tem uma forte conotação sexual, que pode ter algumas vezes características transformistas ou homossexuais. Geralmente possui um visual exuberante, com uma espécie de elegância decadente.

Imagens fortes, rebeldia e agressividade também podem ser muito presentes na linguagem "camp", pois funcionam como um discurso de contracultura, afim de exprimir suas ideologias e desejos. A comunicação ácida, sarcástica e irônica serve para criticar determinados valores e levantar certas bandeiras. O camp não precisa necessariamente ser enquadrado em nenhum período específico, é atemporal e possui diversos representantes ao longo de várias épocas.

No século XIX, Oscar Wilde, escritor inglês, que se exibia nos grandes círculos intelectuais, provocando admiração e comentários, passou por um dilema, em relação à sua homossexualidade.

Oscar Wilde

Mae West, nas décadas de 30 e 40, escandalizou as telas do cinema, com suas atuações extremamente ousadas e provocativas.
David Bowie também deixou sua marca, com seu visual andrógino e incompreendido, no auge dos
anos 70.

David Bowie

Atualmente, uma das melhores representações está na cena clubber e no universo underground, com as Drag Queens, que já inspiraram muitos criadores e artistas. Talvez uma figura que ilustre bem o camp conteporâneo, seja a performática Lady Gaga, cantora pop, que vem atraindo olhares de todo o mundo, para suas aparições inusitadas, com looks para lá de extravagantes.

Lady Gaga e seus figurinos camaleônicos

Algumas marcas famosas também tem investido em campanhas cada vez mais ousadas, para promover seus produtos, através de uma comunicação, cheia de Non-sense, que causa impacto e digamos, desperta os sentidos.

"O camp pode ser definido como o kitsch na moda" (REMAURY, 1995).



sábado, 23 de abril de 2011

A TRADIÇÃO DOS CASAMENTOS DA FAMÍLIA REAL BRITÂNICA

Os contos de fadas parecem realmente mexer com a fantasia e a imaginação de muita gente. Histórias de reis e rainhas, príncipes e princesas, tendo como cenário, seus palacetes e enlaces amorosos, ainda hoje despertam o sonho de muitas pessoas, inclusive das mais românticas.

Uma boa representação disso pode ser encontrada em alguns países do velho mundo. O Reino Unido serve de exemplo para ilustrar esse contexto, pois possui uma das monarquias mais tradicionais da história, cercada de grandes acontecimentos e personagens marcantes.

O sistema monárquico britânico é um símbolo da nação, porém atualmente, desprovido de poder político. Há cerca de trezentos anos, durante a Revolução gloriosa, foi instalado o regime parlamentarista, tornando a figura do rei e rainha emblemática. com o passar do tempo a monarquia enfraqueceu mas a imagem da família real permaneceu intocável e manteve seu status preservado.

A tradição dos casamentos reais desperta esse fascínio já algum tempo.

O casamento da Rainha Vitória, em 1840, com seu primo, o Príncipe Albert, instituiu uma das regras mais seguidas hoje em dia pelas noivas: o vestido branco. Ela não foi a primeira a usar, visto que, no século XvI, a Rainha Mary Stuart, da Escócia, já havia usado, em seu casamento, um vestido branco também. Antes disso a cor não era bem vista, pois era associada a rituais pagãos.

Rainha Victoria e Príncipe Albert

No próximo dia 29 de Abril de 2011, haverá mais uma fantástica cerimônia de casamento da nobreza britânica. O Príncipe William , segundo na linha de sucessão do trono, fará sua união com sua noiva Kate Middleton, na Abadia de Westminster, em Londres. O casamento promete ser histórico pois será a primeira vez na história que um membro da família real irá se unir a uma plebéia, já que os pais de Kate não tem descendência aristocrática. Se fosse há tempos atrás essa união provavelmente não aconteceria, como no caso de Lady Elizabeth Bowes-Lyon, mãe da Rainha Elizabeth, atual ocupante do trono. Apesar de ter parentesco distante com o Rei Henrique VII, que governou no século XV, Lady Elizabeth era considerada plebéia e por isso recusou por duas vezes o pedido de casamento do Rei George VI.

O enlace entre o Príncipe Charles e Lady Diana, aconteceu em 29 de julho de 1981, na catedral londrina de Saint Paul. Diana tinha origem na nobreza, embora não fosse propriamente uma sangue azul. Seu pai foi Edward John Spencer, o 8º conde Spencer. Sua mãe, Frances Ruth Shand Kydd, era filha de barão.

O príncipe Charles e Diana Spencer, 30 anos atrás, converteu-se em uma das maiores cerimônias da história, vista por 750 milhões de pessoas no planeta e que levou 600 mil às ruas.

Príncipe Charles e Princesa Diana

No próximo dia 29, o mundo de novo volta seus olhos à realeza britânica. Hora de ressuscitar o conto de fadas que permeia o imaginário popular.

Príncipe Willian e Kate Middleton