"O criador é aquele que faz avançar a história da moda" - Didier Grumbach

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Década de 40 - Moda e Guerra



Longe de perceber o perigo que se avizinhava na primavera de 1940, a maioria das grandes casas de Paris, lançou suas coleções habituais.



Eclode o segundo grande conflito do século XX. Paris caiu em 1940. Entretanto, durante a Segunda Guerra várias maisons continuaram a funcionar.


As roupas da época da guerra demonstram com que força a moda reflete a situação econômica e política vigente, a atmosfera do momento. O racionamento de roupas foi estabelecido em 1941.


As roupas ganharão forte apelo masculino e militar, com carater utilitário.


A Sociedade de Estilistas de Moda de Londres, segue rigorosamente as instruções de sobriedade impostas pelo Governo. Este os obriga a utilização mínima de tecidos nos moldes e a eliminação de detalhes ornamentais


De acordo com os imperativos econômicos, regras estabelecidas limitavam a metragem do tecido, o comprimento e a largura da saia. Aplicam-se mudanças no processo de fabricação e a racionalização da mão-de-obra.


A palavra-chave chama-se "recessão". Os tecidos e aviamentos são agora racionados e fiscalizados.

Nessa época de racionalização e penúria é comum uma prática antiga : a costura feita em casa e o aproveitamento do velho, do usado.

O grande look do início da década é o conjunto saia/casaco, além da saia-calça


A saída para os estilistas eram as variações nos detalhes, da cor do debrum, ao bolso falso. A forma era de ombros quadrados, reta, de corte masculino imitando o corte das fardas. Moda militarizada.

As saias tinham pregas finas. Calças compridas de corte masculino eram populares.

Vestidos que pareciam saia e casaquinhos abotoados, faziam sucesso, à medida que as restrições aumentavam. Para o consumo eram necessário muito menos cupons, na hora da compra.


Turbantes, Chápeus, Lenços e redes para o cabelo estiveram em alta, assim como bolsas a tiracolo, de passeio e utilitárias. Os sapatos tinham aspecto pesado e masculinizados, incluindo o modelo plataforma, muito difundido por Carmem Miranda.


Como as meias de seda foram interditadas, as meias soquetes fizeram sucesso, como os turbantes, os lenços de cabeça, e ainda os chapéus. A moda se concentrava nos ornamentos


A Guerra mudou toda a estrutura da Indústria de Moda. Os Estados Unidos e a Inglaterra implantaram suas próprias indústrias de confecção, cada vez mais independentes.

A alta-costura luta para sobreviver com uma clientela reduzida e consegue permanecer em Paris.


Em 1945 uma exposição chamada “Le Theatre de la Mode”, no Museé de arts Decoratifs com o apoio dos principais costureiros, mostra a vontade com que eles e o Governo se empenham em reerguer a indústria da Alta-Costura.


Em 1947, Christian Dior sacode o mundo com sua coleção batizada de “New Look”. Seus modelos fazem enorme contraste com o modo de se vestir em tempos de Guerra.


Um vestido podia exigir até 25 metros de tecido, e o estilo acentuava e exagerava as formas femininas graças a roupas íntimas com barbatanas e tecidos engomados. O New-Look (Linha Corola) provocou controvérsias em todo o Ocidente. Muitas mulheres adotaram o estilo, mas outras reagiram contra ele.



Em 1948, impõe-se gradativamente um conceito trazido dos EUA por Weill – o ready-to-wear, que logo se tornou o prêt-a-porter

Aos poucos, 80 % da confecção comum foi substituída pelo prêt-a-porter, inspirado no estilo americano, deixando de lado a Alta-Costura.



Logo após a Libertação, Lucien Lelong relança para o mundo a imagem da Alta-Costura. No final da Guerra estavam lançadas as bases de uma Alta-Costura independente e de uma indústria de moda para um mercado de massa.


Década de 30 - A crise

A década de 30 começa sentindo o reflexo da crise da bolsa de Nova York.
É um período de crise, que se reflete na moda tornando o visual de homens e mulheres mais sóbrio, com aparência mais adulta porém não menos sofisticado



O glamour das atrizes hollywoodianas é a imagem do momento. Greta Garbo, Marlene Dietrich, Mae West, Jean Harllow são as divas mais copiadas.


Greta Garbo


Marlene Dietrich




Mae West




Jean Harllow


Ombros destacados, o retorno da marcação da cintura e costas nuas







Os comprimentos são mi-molets, justos ou retos, com corte godé ou evasé


A calça pantalona

Cetins, corte no viés e tecidos sintéticos são algumas das novidades que aparecem


Trajes esportivos e trajes de banho



Cabelos curtos e ondulados nas pontas davam o up ao visual, junto a chápeus de abas pequenas ou largas com flores

Década de 20 - Os anos loucos


O que marcou a década de 20?

Leveza, funcionalismo e celebração da vida. Características que surgem após a carga traumática da 1ª Guerra Mundial


A imagem da mulher se transforma associada à inúmeras transformações sociais da época


A música traz roupas adaptadas a seus ritmos: jazz, foxtrot e o charleston



Silhueta tubular, sem marcação de cintura, quadris ou seios.


Vestidos vaporosos e fluidos com meias tom da pele


Chápeu cloche


Estilo à la garçonne com a inserção do traje masculino, cabelos curtos e sexualidade liberada


Maquiagem marcante: olhos delineados, boca de coração e sombrancelha raspada e delineada


As celebridades que influenciavam as mulheres deste período: Josephine Baker, Gloria Swanson, Mary Pickford, Suzanne Lenglen





O estilo Art Déco influencia as artes e arquitetura e consequentemente a moda




O cinema mudo atinge seu auge encantando e divertindo as pessoas



Aqui, a Semana de 22 vai marcar decisivamente a cultura brasileira, com os novos ares defendidos por intelectuais e artistas como Tarsila do Amaral e Anita Malfati, entre outros




Chanel - eterna e polêmica

O que é Chanel?




Não só a mulher desafiadora e ousada que quebrou as correntes do vestuário feminino no século XX, mas um mito.



Gabrielle Coco Chanel revolucionou a estética da moda nesse período.



Diminuiu os comprimentos das saias, incentivou hábitos impensáveis até então como fumar em público, dirigir, usar calças e cabelos curtíssimos.


Lançou uma coleção inteira em um tecido não considerado nobre, o jérsei. Sendo essa mesma coleção seu trunfo para inserção de um conceito de estilo, único e que perdura em pleno século XXI.


Inigualável e célebre Chanel.