Quadro
"Composição com Vermelho, Amarelo e Azul", de Piet Mondrian -
1921 e Vestido
Mondrian, de Yves Saint Laurent - 1965
Os grandes
costureiros e estilistas sempre dialogaram com os artistas de seu tempo, mas
foi o francês Paul Poiret, o primeiro a promover essas trocas de modo
sistemático, ainda nas primeiras décadas do século XX.
Ele utilizou em
suas criações estampas exclusivas de pintores como Raoul Dufy e ilustrações de
artistas como Paul Iribe e Georges Lepape.
Um outro nome
fundamental da moda no século XX – Coco Chanel – trabalhou com Picasso, com os
balés russos de Diaghilev, com Jean cocteau e tantos outros artistas...
Essa postura, que
se firma ao longo do século XX, traduz uma visão da moda como arte e do grande
costureiro (ou do criador de moda) como um verdadeiro artista de vanguarda.
A relação Arte/Moda
pode ser assim sistematizada:
1- A arte como
fonte de criação para a moda;
2- A moda como
fonte de criação para a arte;
3- Wearable Art, ou
arte usável.
1- A Arte é fonte
de criação para a moda.
Um momento emblemático da influência das artes
plásticas sobre a moda ocorreu em 1965, quando Yves Saint-Laurent lançou a
coleção Mondrian. Para além de uma simples estampa, o geometrismo de Mondrian
transformava-se em vestido.
2- A Moda é fonte
de criação para a arte.
Artistas como Andy Wharol, Joseph Beuys ou
Louise Bourgeois servem-se de elementos do universo vestimentário ou da roupa
como suporte na criação de obras de arte.
3- Wearable Art ou
arte usável
O artista concebe peças de roupa, acessórios,
estampas, etc , como peças exclusivas, mas seu compromisso é com a criação
artística, não com a moda.
Exposições,
galerias, instalações por toda a parte exploraram os três aspectos antes
levantados. Ao mesmo tempo, fica uma pergunta: será que a utilização da arte na
moda...virou uma moda?
Afinal, tornou-se
uma espécie de praxe, ultimamente, que o estilista anuncie sua coleção como uma
espécie de sopa de referências culturais, um vale-tudo em que é lícito misturar
cores de Van Gogh com arquitetura japonesa, ou fazer uma releitura de Mondrian
via Saint-Laurent
Como lhe é próprio
a Moda não poupa nada, pilhando sistematicamente todos os universos, que se
transformam, assim, em mera referência, desprovida de uma verdadeira tentativa
de estabelecer uma “relação”.
Um comentário:
Boas. Parabéns Thiago. Tenho opiniões muito similares às tuas em relação à contribuíção da arte no mundo e na história da arte. Adorei.
www.daartenamoda.blogspot.com
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